"Dungeons & Dragons: Honra entre rebeldes" é um banquete completo para o fã de RPG – Culturadoria

12 de abril de 2023 Off Por admin

Estrelado por Chris Pine e Regé-Jean Page, “Dungeons & Dragons: Honra entre rebeldes” entra em cartaz nos cinemas no próximo dia 13

Por Gui Silva | Cinema

Primeiramente, algo precisa ser dito sobre “Dungeons & Dragons: Honra entre rebeldes”. A superprodução, que já estreou nos Estados Unidos com sucesso, entra em cartaz nos cinemas do Brasil no próximo dia 13: não é necessário experiência.

Dungeons & Dragons. Foto Aidan Monaghan.

Mesmo referenciando um aspecto muito importante nos jogos estilo RPG (role-playing game), que é o ganho de experiência para subir de nível e ficar mais forte, é fato: mesmo se o espectador não tiver conhecimento algum do universo de Dungeons & Dragons certamente irá se divertir em acompanhar a aventura protagonizada pela plebe deste mundo fantástico.

Narrativa simples, adaptação complexa

Na trama, acompanhamos o bardo Edgin (Chris Pine), que, após um traumático evento, perde o grande amor de sua vida e começa uma vida de ladrão. Ao ser preso, porém, Edgin descobre a existência de um artefato que é capaz de trazer sua cara-metade de volta à vida.

A partir daí, o objetivo é simples: junto à bárbara Holga (Michelle Rodriguez), à druidesa Doric (Sophia Lillis), ao paladino Xenk (Regé-Jean Page) e ao feiticeiro Simon (Justice Smith), Edgin precisa ter o artefato em mãos, o que significa roubá-lo cofre do ex-parceiro de crime, Forge (Hugh Grant).

A princípio, a trama nada mais é que a simplificação das inúmeras campanhas de Dungeons & Dragons. Lembrando que, em média, uma sessão de jogatina costuma consumir três dias (quatro horas de cada), nos quais cada jogador conta a sua própria história no universo.

Na transposição para o cinema, os diretores John Francis Daley e Jonathan Goldstein escolheram a abordagem mais correta possível para um tipo de adaptação de um material base tão singular: a de simplesmente não se levar a sério. Uma espécie de paródia, mas, ao mesmo tempo, sem quebrar o fluxo narrativo e a seriedade da situação – assim como uma boa mesa de RPG.

Dungeons & Dragons. Foto Aidan Monaghan.

Feiticeiro, Druida e Paladino: as melhores classes?

Falar da atuação do elenco do filme seria tarefa injusta, uma vez que estamos falando de um material base, no qual o maior destaque é a ação. Sendo assim, apontamos, a seguir, o que consideramos ser os três destaques do filme (coincidentemente, as minhas três classes preferidas no jogo).

Justin Smith (Detetive Pikachu) vive o feiticeiro Simon, um amador na arte da magia, que se atrapalha a cada passo que dá. O personagem se mostra completamente desengonçado na paixão que sente pela druida Doric – aliás, brilhantemente interpretada por Sophia Lillis (It: a coisa).

Doric, vale dizer, odeia humanos. Sempre reclusa, tem como único objetivo vingar a destruição da floresta causada pelo tirano Forge (Hugh Grant). Além da sutileza da atuação de Sophia Lillis, Doric e Simon entregam um show visual à parte, tanto nos feitiços desastrosos de Simon quanto na representação dos inúmeros animais que Doric consegue se transformar durante o filme.

Por outro lado, Regé-Jean Page (Bridgerton) responde pela melhor parte do filme, entregando toda habilidade em batalha, assim como seriedade e bom coração, através do paladino Xenk. O carisma sem igual de Regé-Jean abrilhanta o filme e esse grupo perdido de pseudo-heróis.

Teste de Iniciativa!

Antes de tudo, “Dungeons & Dragons: Honra entre rebeldes” entende exatamente com que público quer conversar, e qual tipo de adaptação é possível fazer. Assim, resolve suas complexidades de forma cômica, lotado de referências, prendendo o espectador do início ao fim. Com personagens carismáticos e efeitos visuais de tirar o chapéu, o filme consegue a proeza de tirar 20 no d20: excelente (bem, ok, talvez agora eu tenha ido longe demais nas referências).

Dungeons & Dragons. Foto Aidan Monaghan.