Shazam! Fúria dos Deuses: Uma diversão em família para famílias, nada além disso – Culturadoria

Shazam! Fúria dos Deuses chega aos cinemas e marca retorno de Zachary Levi no papel principal

Por Gui Silva | Cinema

Nos últimos anos vimos a ascensão e queda dos filmes de super-herói. Assim, o formato e também o modelo de construção de narrativa deste gênero acabou ficando repetitivo. Entretanto, Shazam! 2 não se preocupa com isso. Ou seja, se preocupa apenas na diversão e emoção de um filme sobre uma família nada convencional.

Zachary Levi em Shazam! 2. Foto Warnner Bros.

Uma boa sequência

Na trama, acompanhamos novamente Billy Batson (Asher Angel e Zachary Levi) na jornada de se unir a irmãos super poderosos. Ao mesmo tempo eles devem derrotar uma ameaça personificada nas filhas de Atlas, Hespera (Helen Mirren) e Kalypso (Lucy Liu). Assim, temos uma história simples, com uma família super carismática, e uma leve expansão narrativa do primeiro filme. A receita para uma boa sequência é: manter o que deu certo no primeiro (tom, personagem e personalidade) e ampliar o próprio universo. Shazam! 2 faz isso com maestria.

Mitologia grega para leigos

A princípio, a premissa desta franquia pode parecer simples. No entanto, a direção (e também o roteiro) de David F. Sandberg consegue desenvolver certos aspectos da mitologia grega e, o mais importante, conta de maneira simples.

Billy Batson recebe poderes do mago Shazam!. Toda vez que ele grita palavra de ordem, recebe habilidades dos mais dos Deuses gregos Salomão, Hércules, Atlas, Zeus, Aquiles e Mercúrio. Entretanto, toda vez que isso acontece, as verdadeiras herdeiras perdem as capacidades mágicas. É que as vilãs entram. No caso, as experiências de Hellen Mirren e Luci Liu fazem diferença na atuação.

Elenco de peso, pouco tempo de tela

Zachary Levi encontrou o timing do humor e drama Billy Batson precisa. Os momentos em que ele está em cena são, facilmente, as melhores do longa. Assim como a charmosa Mary Marvel (Grace Fulton), irmã da família adotiva do Billy, que brilha com suporte moral e sentimental para o protagonista.

Por outro lado, o mesmo não pode ser dito do resto do elenco. Personagens que se destacaram no primeiro filme, não tiveram espaço de tela para se desenvolverem melhor. Como por exemplo o personagem de Jovan Armand, o Eugene, outro dos irmãos adotivos de Billy. No primeiro filme servia como o suporte cômico. Houve um ensaio de uma narrativa sobre a sexualidade mas isso aparece de maneira equivocada na sequência. O tema é jogado sem nenhum cuidado e consequência, servindo apenas uma piada fora de hora e de tom.

Grace Caroline Currey e Ross Butler em Shazam! Fúria dos Deuses Foto Warner Bros.

Duas cenas pós créditos, de um futuro incerto

Se segure na cadeira após o filme. Temos duas cenas pós-créditos que deveriam ditar o futuro tanto da franquia solo do Shazam!, quanto da participação em outros projetos do Universo DC. Entretanto, essas sequências só deixam o espectador com ainda mais perguntas.

De antemão, James Gunn, novo diretor do setor de filmes da DC, reformulou todo o calendário de lançamentos da produtora. Isso inclui qualquer sequência da franquia Shazam!, o que deixa dois questionamentos: as cenas foram gravadas antes da nova diretoria? Ou a nova diretoria já está se perdendo no próprio planejamento?