The Last of Us: primeira temporada emociona e satisfaz o fã mais saudosista – Culturadoria

The Last of Us prova que a adaptação de jogos pode ser um filão a ser bem explorado pelo mercado de cinema e séries

Por Patrícia Cassese e Gui Silva

A primeira temporada de “The Last of Us”, a série que adapta o bem sucedido game, já está totalmente disponível no streaming da HBO. Ou seja, é uma boa oportunidade para quem gosta de maratonar. Afinal, como sabido, nem todos têm paciência para aguardar o intervalo de uma semana até o novo episódio.

The Last Of Us foto HBO

O primeiro episódio foi a segunda maior estreia da emissora nos EUA desde 2010. Registrou 4,7 milhões de espectadores, número que foi crescendo semana a semana. Pela fidelidade ao produto criado por Neil Druckmann em 2013, o último episódio também agradou aos gamers mais ortodoxos. Assim, deixou no ar a expectativa quanto à segunda temporada, já confirmada pela HBO (ainda sem data confirmada). Há especulações de que a segunda parte do jogo pode, inclusive, ser desdobrada em mais de uma.

Mas quais foram as principais diferenças entre as duas plataformas? Confira, a seguir, alguns pontos nos quais as intervenções no roteiro se fizeram mais marcantes.

Protagonistas de peso, tanto na série quanto nos games

Primeira distinção, claro, passa pela escolha dos atores. Nos games, Ellie é vivida a partir da captura de movimentos da atriz Ashley Johnson. Já na série, a garota imune ao fungo Cordyceps ganha as feições de Bella Ramsey.

Aos 19 anos, a atriz britânica ficou conhecida ao interpretar Lyanna Mormont em “Game of Thrones”. Aliás, Pedro Pascal, o Joel da série “The Last of Us”, também teve uma participação marcante (e final horripilante) em GoT.

No game, Joel foi baseado no trabalho do ator Troy Baker. Detalhe: assim como Ashley Johnson apareceu no capítulo final (como Anna, mãe de Ellie), Baker também apareceu na série. Precisamente, no capítulo 8, como James, braço direito do líder religioso David (Scott Shepherd).

Cena do jogo The Last Of Us 2; Crédito: Naughty Dog / Divulgação

Por muito, muito tempo…

Bill e Frank. A comovente história de Bill (Nick Offerman) e Frank (Murray Bartlett), dois homens de pensamentos aparentemente contrários, ocupou o capítulo 3 da série da HBO. É fato que houve uma alteração bem significativa em relação ao game. Em entrevistas, Neil Druckmann confessou que, de início, foi contrário à mudança, mas acabou capitulando diante da argumentação do showruuner Craig Mazin. Não vamos esmiuçar para não incorrer em spoilers.

A sombra de uma vingança futura

A personagem Kathleen (Melanie Lynkskey) só existe na série. Interessante pontuar a escalação da atriz, cuja voz, mais “meiga”, digamos assim, faz um contraponto ao temperamento da personagem.  

Ainda mais coincidências

No game, Sarah, filha de Joel, é uma garota branca (loira e de olhos azuis), criada a partir da projeção de características da atriz estadunidense Hana Hayes. Já na série, quem interpreta a menina é a britânica Nico Parker, 18, conhecida por “Dumbo”, de Tim Burton, e pela ótima série de suspense “The Third Day” (também da HBO), onde vivia uma das filhas do personagem de Jude Law, cujo nome era, coincidentemente, Ellie.

Surpresas até no último segundo

Embora o último capítulo tenha mantido fidelidade ao game, como assinalado, vale registrar que do universo do jogo não consta a cena em que Marlene, líder do exército dos Vaga-lumes, resgata Ellie ainda bebê.