Categoria “Melhor Canção Original” chega recheada de estrelas para o Oscar 2023 – Culturadoria

10 de março de 2023 Off Por admin

Rihanna, Lady Gaga e David Byrne comandam a categoria do Oscar que, mesmo com nomes aclamados, chega com possibilidades reais de surpreender.

Por Caio Brandão | Repórter

A categoria ”Melhor Canção Original” do Oscar tem intimidade com as grandes estrelas da música. Desde seus primórdios, grandes astros convergem para tentar transcender obras para além do puramente musical e transportá-las para as grandes telas. 

Lady Gaga chora após ganhar levar a estatueta no Oscar de 2019. Foto: Mike Baker / ©A.M.P.A.S.

A edição de 2023 do Oscar fará jus a este legado, contando novamente com  nomes pesados, bem como artistas que podem surpreender aqueles que consideram a categoria como resolvida. Confira os indicados:

“Lift me up”, de Rihanna, Tems, Ryan Coogler e Ludwig Goransson

O retorno de Rihanna aos palcos é fulminante. Depois da performance arrebatadora no show de intervalo do Super Bowl deste ano, a cantora ainda conta com indicação ao Oscar na categoria de Melhor Canção Original por “Lift Me Up”. 

A música, inserida em “Pantera Negra: Wakanda Para Sempre”, apresenta uma união do vulnerável e do contemplativo. O conjunto se manifesta por meio de uma das interpretações vocais mais tocantes do catálogo da cantora. Essas sensações, porém, não surgem por coincidência. 

“Lift Me Up” também se ergue como uma homenagem póstuma ao ator Chadwick Boseman, falecido em 2020. Resultado do esforço conjunto de Rihanna com a cantora e compositora nigeriana Tems, o compositor sueco Ludwig Göransson e do próprio diretor do filme, Ryan Coogler, os versos cantados ao longo da obra deixam claro o luto que norteou o processo criativo. 

Depois de testemunhar mais um acerto da estrela barbadiana, resta aguardar a cerimônia do Oscar 2023 na esperança de que tenhamos mais uma exibição icônica.

“Hold my hand”, de Lady Gaga e Bloodpop

Cravando sua terceira indicação à categoria de Melhor Canção Original, Lady Gaga mais uma vez prova sua polivalência artística. 

Unindo forças com seu colaborador de longa data, Bloodpop e com produção adicional de Benjamin Rice, Gaga conquistou a nomeação com a música “Hold My Hand”. A composição aparece no blockbuster “Top Gun: Maverick”, estrelado por Tom Cruise e Miles Teller. Assim, foi formando um ecossistema hollywoodiano cheio de estrelas, tanto na trilha sonora quanto no elenco em si. 

Gaga detalhou em um post no Instagram. “Quando eu escrevi a música para Top Gun: Maverick, eu nem percebi quantas camadas ela englobava em torno do coração do filme, minha própria psique, e a natureza do mundo no qual estamos vivendo”.

“This is life”, de Ryan Lott, David Byrne e Mitski

A união de Mitski e David Byrne, à primeira vista, gera uma expectativa por algo explosivo e dinâmico. Contudo, essa junção acontece sob a tutela do projeto experimental Son Lux. Sendo assim, entregar o que se esperava dessa fusão não era uma prioridade. 

O resultado é uma devoção à proposta do filme “Tudo Em Todo Lugar Ao Mesmo Tempo”, construindo um processo de coesão intermidiática que deve ser valorizado. Em entrevista ao Song Exploder, Ryan Lott, membro fundador da Son Lux, demonstra sua satisfação com o fato de que “This Is A Life”, canção indicada à categoria de Melhor Canção Original, é um dueto entre Byrne e Mitski. 

Lott detalha que essa proposta entra em harmonia com a trama do filme, já que a obra relata um tortuoso processo de reconciliação entre duas pessoas que adotam perspectivas diferentes. Considerando isso, um dueto que contasse com duas vozes partindo de pontos de vista diferentes culminaria em algo que fatalmente acrescentaria à narrativa do longa-metragem. 

Além disso, temos David Byrne, um astro da velha guarda da música alternativa, cantando juntamente à Mitski, uma das mais talentosas cantoras e compositoras que surgiram nos últimos anos. Essa comunhão edifica ainda mais a temática de perspectivas distintas, mas que convergem.

Você pode conferir, na íntegra, o podcast da Song Exploder com Son Lux pelo link Song Exploder – Son Lux

Mitski, que concorre à categoria por “Tudo Em Todo Lugar Ao Mesmo Tempo”. Foto: Ebru Yildiz.

“Applause”, de Diane Warren

Presença regular e veterena inquestionável na categoria “Melhor Canção Original”, Diane Warren se ergue como uma instituição musical em Hollywood. Diane já foi indicada na categoria 14 vezes, mas nunca ganhou o prêmio. 

Porém, em 2022, recebeu um Oscar honorário pelo conjunto da obra. Quando foi notificada de que receberia a honraria, Warren estava no meio da gravação de “Applause”, canção indicada a melhor música para o Oscar de 2023. 

A composição de Warren entra em perfeita harmonia com a temática de “Tell it like a woman”, antologia composta por curtas centrados em narrativas que possuem protagonistas femininas. Além disso, a letra reforça o viés de empoderamento feminino proposto pelo filme, ajudando a edificar organicamente a intenção da obra. 

“Naatu Naatu”, de M.M. Keeravaani

A explosiva composição de M. M. Keeravani, interpretada por Kaala Bhairava e Rahul Sipligunj, cativou tanto críticos quanto espectadores. Depois de surpreender ao ganhar o Globo de Ouro por melhor canção, “Naatu Naatu”chega com chances reais de levar o Oscar, mesmo com concorrência pesada de nomes como Rihanna, Lady Gaga e Diane Warren.

Escrita inteiramente em Telugu, idioma oriundo do sul da Índia, a música é acompanhada de uma das performances mais icônicas do musical “RRR”. Nela, os protagonistas se entregam para uma coreografia de dança contagiante. A performance eletriza de vez a atmosfera do longa-metragem e engaja subitamente aqueles que testemunham a grandeza da cena.

Ostentando um orçamento de mais de 70 milhões de dólares, “RRR” furou a bolha de Bollywood e conquistou fãs no mundo inteiro. Juntando isso à sua surpreendente vitória no Globo, é razoável dizer que vale a pena ficar de olho em “Naatu Naatu”, já que podemos ter uma nova surpresa na cerimônia do Oscar 2023.