Comédias Brasileiras: 10 séries de comédia dos anos 2000 para reassistir – Culturadoria

22 de outubro de 2022 Off Por admin

Piadas ácidas, vida suburbana e críticas à classe média, as séries de comédia brasileiras marcaram as ‘situation comedies’ nacionais

Por Karen Ramos | Culturadora

A reprise de uma série de comédia brasileira dos anos 2000 tem um poder raro na era da competição com a segunda tela: cativar o telespectador. Os anos dourados da comédia brasileira — tanto pela criatividade das produções quanto a nostalgia envolvida — encantam até mesmo os mais jovens. Rolando a tela do TikTok, não é difícil encontrar trechos das séries sendo compartilhados pela própria geração Z.

A Rede Globo, que lidera a lista, foi pioneira em recriar as situation comedies (sitcoms), que se popularizaram nos Estados Unidos nos anos 90, de uma maneira inovadora e abrasileirada. Nenhuma emissora foi pária para a criatividade no roteiro e direção (ou mesmo investimento de produção). Todas as semanas, novos episódios tomavam as salas das casas. Mesmo dia, mesmo horário, ainda muito diferente da demanda que vivemos atualmente nos streamings. 

Piadas ácidas e escrachadas forravam uma gama de críticas sociais. Existia também um grande prazer em assistir à classe média brasileira rindo de si mesma. E mais: de se identificar com as situações cômicas vividas pelos suburbanos. Por isso, listamos as 10 séries de comédia brasileiras que você deve reassistir. Muitos deles não se encontram facilmente em streamings, e vão exigir a dedicação de (talvez) encontrá-los em DVD. 

Sai de baixo (1996–2002)

Sai de baixo. Foto_ Reprodução/Rede Globo

Caco Antibes (Miguel Falabella) e a esposa Magda (Marisa Orth) viviam numa luxuosa mansão nos Jardins, em São Paulo. São desepejados pela Receita Federal por falcatruas nas contas pessoais. Com isso, eles passam a morar no apartamento do tio de Magda, Vanderlei Mathias (Luis Gustavo), o Vavá, junto com a mãe de Magda, Cassandra (Aracy Balabanian). Preguiçosos, vivem na mordomia de Vavá enquanto Caco vive criando ideias para ganhar dinheiro fácil, aturando as burrices de Magda e as constantes brigas com a sogra. 

O programa entregava o humor através da crítica ácida à classe média brasileira, justificando suas piadas pesadas, sexismo, racismo e noções politicamente incorretas. Filmado no Teatro Procópio Ferreira, em São Paulo, todas as tardes de terça-feiras, o seriado surgiu quando o ator Luis Gustavo sugeriu ao diretor Dabiel Filho fazer uma sitcom inspirada no “Família Trapo”, de 1960.

Assistir: Globoplay

Os normais (2001–2003)

Os normais. Foto: Reprodução/Rede Globo.

A série de comédia brasileira retrata o dia a dia de Rui (Luiz Fernando Guimarães) e Vani (Fernanda Torres), dois noivos que vivem no Rio de Janeiro. Ele é um torcedor fanático do Botafogo, sossegado e trabalha com marketing. Ela é uma mulher neurótica que trabalha como vendedora. A produção icônica é cheia de metalinguagem, com muita quebra da quarta parede e improvisação entre Torres e Guimarães.

Em 2003, durante a terceira e última temporada, o seriado apresentou dois novos personagens, o músico Bernardo (Selton Mello) e a professora Maristela (Graziella Moretto). Com direção de José Alvarenga Jr.e roteiro de Jorge Furtado, Alexandre Machado, e Fernanda Young. “Os Normais” marcou as sextas-feiras da Rede Globo entre 2001 e 2003, em 71 episódios. A sitcom chegou a ser adaptada em “Os Normais, O Filme”, em 2003, com  a “Os Normais 2 – A Noite Mais Maluca de Todas”, em 2009. 

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A grande família (2001–2014) 

A Grande Família. Foto: Reprodução/Rede Globo.

A grande família acompanha o cotidiano de uma família de classe média-baixa tipicamente brasileira, dos subúrbios da Zona Norte do Rio de Janeiro. Lineu da Silva (Marco Nanini) é veterinário, casado com Nenê (Marieta Severo), uma esposa dedicada. Politicamente correto e muito certinho, ele sustenta praticamente a família inteira sozinho: os dois filhos, Bebel (Guta Stresser) e Tuco (Lúcio Mauro Filho) e o genro Agostinho (Pedro Cardoso). Na primeira versão, ainda conta com o sogro, Seu Flor (Rogério Cardoso), que dorme no sofá da sala.

Entre as armações de Agostinho, os chiliques de Bebel, a ironia de Seu Flor e os sermões de Lineu, a produção aponta também para questões sociais como desemprego, falta de dinheiro e o jogo de cintura para superar as dificuldades da sobrevivência. 

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Sexo Frágil (2003–2004)

Sexo Frágil. Foto: Reprodução/Rede Globo.

Alex (Bruno Garcia), Edu (Wagner Moura), Fred (Lázaro Ramos) e Beto (Lúcio Mauro Filho) são quatro amigos que se esforçam para entender o universo das mulheres. Os personagens se colocam no lugar do sexo oposto, interpretando também as personagens femininas, e experienciam dilemas entre o papel tradicional do homem na sociedade e a sua vontade de ser mais sensível, flexível e gostar de discutir a relação. O seriado surgiu da peça O Homem-Objeto, baseada na obra de Luis Fernando Veríssimo e dirigido por João Falcão.

Os Aspones (2004)

Os Aspones. Foto: Reprodução/Rede Globo.

Moira (Drica Moraes), Anete (Marisa Orth) e Caio (Pedro Paulo Rangel) são funcionários públicos que trabalham no FMDO (Fichário Ministerial de Documentos Obrigatórios), uma repartição pública onde não se tem o que fazer. Entretanto, eles sofrem com a chegada do novo chefe, Tales (Selton Mello), e sua estagiária, Leda (Andréa Beltrão). Com a mudança de rotina, os aspones (Assessores de Porcaria Nenhuma) veem o ambiente transformado num escritório fundamental para a conscientização da sociedade: o Falar Mal Dos Outros, perseguindo brasileiros que cometeram pequenas faltas. Questões como traições, amores, “puxadas de tapete” e paranoias não escapam da trama.

A diarista (2004–2007)

A Diarista. Foto: Reprodução/Rede Globo.

Marinete (Claudia Rodrigues) leva a vida como diarista, limpando cada dia uma casa diferente. Com os mais variados tipos de patrões, ela conhece pessoas e se mete nos mais diversos tipos de confusões. Suas amigas, Dalila (Cláudia Mello), Ipanema (Helena Fernandes), Solineuza (Dira Paes) o chefe Figueirinha (Sérgio Loroza) e sua inimiga Gislene (Renata Castro Barbosa), sempre estão na área para ajudá-la ou tirá-la de uma confusão, que eles mesmos a colocaram.

A série de comédia brasileira foi baseada no especial de fim de ano criado por Gloria Perez em 2003 e retrata a vida da diarista que enfrenta seus problemas com a ajuda de amigos, que muitas vezes mais servem para atrapalhar.

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Sob Nova Direção (2004–2007)

Sob Nova Direção. Foto: Reprodução/Rede Globo.

Após se separar do marido, Belinha (Heloísa Perissé) recebe um bar falido na Rua das Pederneiras, no subúrbio do Rio de Janeiro. Sem nunca ter trabalhado na vida e sem nenhum centavo no bolso, se junta a amiga Pit (Ingrid Guimarães) para dar uma geral no bar e tentarem reerguer suas vidas. Para ajudar no negócio, elas contam com os funcionários e amigos Franco (Luiz Carlos Tourinho) e Moreno (Luis Miranda), ex-mordomo de Belinha.

Minha Nada Mole Vida (2006–2007)

Minha Nada Mole Vida. Foto: Márcio de Souza/Rede Globo.

Jorge Horácio (Luiz Fernando Guimarães) é um jornalista e colunista eletrônico que cobre eventos sociais e apresenta o programa Jorge Horácio by Night, em que cobre festas e entrevista famosos. O seriado mostra a sua relação com a ex-mulher Silvana (Maria Clara Gueiros) e o destrinchar de sua relação com o filho Hélio (David Lucas), de dez anos. Outras figuras presentes na vida do jornalista são a vizinha da ex-mulher, sua analista e uma amiga de colégio que liga sempre para criticar o final do programa.

Dicas de um Sedutor (2007–2008)

Dicas de um Sedutor. Foto: Reprodução/Rede Globo.

Santiago Ortiz (Luiz Fernando Guimarães) é um consultor sentimental que descobriu a fórmula para aplacar os corações femininos. Desempenhando papéis que vão de detetive a amigo, ele dá conselhos para conquistar ou reconquistar a pessoa amada e trabalha com a ajuda da secretária Arlete. Entretanto, suas orientações não são bem vistas por Ganesha (Isabela Meirelles), sua filha adolescente que sofre sempre por amor e é a maior inspiração de Santiago em sua função.

Toma lá, dá cá (2007–2009)

Toma Lá, Dá Cá. Foto: Reprodução/Rede Globo.

Mário Jorge (Miguel Falabella) era casado com Rita (Marisa Orth), com quem teve Isadora (Fernanda Souza) e Tatalo (George Sauma). Celinha (Adriana Esteves) era casada com Arnaldo (Diogo Vilela), com quem teve Adônis (Daniel Torres). A separação culminou na troca de casais, agora formados por Mário Jorge e Celinha e Arnaldo e Rita. Assim nasce a relação confusa entre as famílias que dividem uma relação de amor e conflitos vivendo no mesmo prédio: o Edifício Jambalaya Ocean Drive. 

A história também divide espaço com a síndica do prédio, a Dona Álvara (Stela Miranda), antagonista cômica, e da empregada das duas famílias, Bozena (Alessandra Maestrini), uma divertida pato-branquense que observa e participa da vida confusa das duas famílias. Além deles, Copélia (Arlete Salles), mãe de Celinha, uma mulher ninfomaníaca cheia de aventuras, e, – na segunda temporada –,  Ladir (Ítalo Rossi), marido de Álvara, um homem bissexual e cheio de liberdade sexual.Assistir: Globoplay