Stranger Things 4: a sequência excelente para uma Netflix pedindo socorro – Culturadoria

16 de junho de 2022 Off Por admin

Por conta da pandemia, Stranger Things 4 foi divida em duas, o Volume 1 lançado 27 de Maio e o Volume 2 dia 1º de Julho

Por Gui Silva | Culturador

Depois de três anos, cá estamos nós falando mais uma fez sobre Stranger Things. A nova temporada é, finalmente, o começo do fim da história do grupo de jovens da cidade de Hawkings que virou fenômeno na Netflix. Depois de péssimas notícias sobre perda de seguidores e cancelamentos de outras produções queridinhas do público, Stranger Things volta quase como um “remédio” para a invasão do mundo invertido na plataforma.

Mas será que toda essa espera valeu a pena?

Elenco amadurecido, trama amadurecida

Trabalhar com elenco infantil, em produções de longo prazo, como séries e sagas de filmes, é sempre um desafio. Ainda mais envolvendo continuação cronológica. Sendo assim, a sorte de Stranger Things é o talento surreal do grupo. 

As mudanças físicas são notáveis, mas levando em consideração a temática e tom da série, essas variações de idade dos atores pouco importam. O que realmente interessa, é que junto com a maturidade do elenco, a trama também evoluiu bastante, com arcos melhor estabelecidos e sérios, explorando ainda mais o psicológico dos personagens. 

Novos personagens de peso, e um vilão de tirar o fôlego (literalmente)

A 4ª temporada de Stranger Things nos apresenta dois personagens de extremo destaque, Eddie Munson (Joseph Quinn) e Argyle (Eduardo Franco). A adição contribui para dar um ar refrescante à franquia, tanto pelo lado narrativo como também acrescentar humor. Eddie é super carismático, assim, essencial para o arco principal da temporada. Argyle é elemento fundamental para a comédia. Em tempo: rouba todas as cenas do núcleo que participa.

E junto com esses destaques dos “heróis”, tínhamos que ter um vilão à altura. Assim, Vecna entrega tudo que um antagonista de peso precisa: Um Visual imponente, poderes que deixam até a Eleven parecer fraca e uma forma de caçar suas vítimas totalmente aterrorizante.

Personagens e arcos esquecidos ou mal desenvolvidos

Apesar das adições serem extremamente bem vindas, isso lota um elenco que já está bem cheio. Assim, ficaram de lado vários personagens que um dia foram importantes.

Will Beyers (Noah Schnapp), praticamente o personagem principal da 1ª, 2ª e um pouco na 3ª, possui zero desenvolvimento. Parece que tudo o que ele passou nos últimos anos simplesmente não aconteceu. Virou só um vazio de traumas e questões, que os roteiristas (Matt Duffer e Ross Duffer) nem se importaram de desenvolver.

Mike Wheeler (Finn Wolfhard), par romântico de Eleven, está completamente perdido em seu arco, sendo junto com Will e Eleven, um protagonista essencial em todas as outras temporadas, parece que encerrou sua jornada e está lá apenas porque não sabem o que fazer com ele.

Além desses dois, temos Jonathan Beyers que se não estivesse nessa temporada, ninguém sentiria falta. Até mesmo Robin, que foi introduzida na última temporada, tem um desenvolvimento mínimo nesse quarto ano na série. O que só exemplifica que quanto mais personagem, mais difícil é lidar com todos eles. Ou seja, talvez esteja mesmo na hora de nos despedirmos de alguns deles.

Stranger Things 4 - Uma sequência excelente para uma Netflix pedindo socorro. Crédito: Netflix/ReproduçãoStranger Things 4 – Uma sequência excelente para uma Netflix pedindo socorro. Crédito: Netflix/Reprodução

O futuro e uma Netflix que precisa de uma renovação

Stranger Things 4 é excelente, mesmo com problemas de desenvolvimento de personagem, é uma das temporadas mais bem produzidas da série, oque reflete em outras obras da Netflix, que não andam tendo o mesmo cuidado que Stranger Things receberam. 

Mas com a segunda parte da 4ª temporada prevista para estrear dia 1º de Julho, e a 5ª e última temporada já em desenvolvimento, o que a Netflix precisa fazer para não depender mais de um “milagre” como Stranger Things?